domingo, 13 de julho de 2014

Pároco de Setúbal indignado com cerco policial em acção de despejo

Pároco de Setúbal indignado com cerco policial em acção de despejo


Onze anos de vida e meia hora para abandonar as casas. A maior parte das famílias portuguesas de origem cabo-verdiana que viviam na Mecânica Setubalense já foi realojada mas o último dia foi dramático

Constantino Alves, pároco da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Setúbal, está indignado com o que diz ser “um tratamento desumano” a que os moradores na antiga fábrica Mecânica Setubalense foram sujeitos na última quinta-feira, quando a PSP cercou o quarteirão, na parte oriental da faixa ribeirinha sadina, para pôr em prática as ordens de despejo. A PSP alega que a presença policial foi solicitada pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS), dona do terreno, após decisão judicial e que “não houve ocorrências relevantes”.

“Com que imagem vão ficar as crianças nascidas e criadas naquele bairro quando o último dia que lá vivem são acordadas por dezenas de polícias, como se fossem criminosos”, questiona o padre, lamentando que a mudança tenha sido feita de “forma brusca, reforçando o estigma e o preconceito e sem acompanhamento psicológico”.