A falta de habitações acessíveis a uma grande parte da população,
juntamente com a apresentação de um projecto de lei de bases da
habitação[1],
por iniciativa de Helena Roseta [2],
permite trazer o debate sobre a habitação para a ribalta. No
entanto, este debate tem decorrido de forma enviesada, tanto por
razões ligadas aos grandes interesses imobiliários em jogo – os
quais, por sua vez, estão estreitamente ligados à propriedade dos
meios de comunicação social, que ditam o curso da informação e do
debate –, como por razões históricas e culturais: ao longo
de 30 anos, o direito à habitação e o conceito de habitação
social caíram no esquecimento ou foram deturpados.